Durante a solenidade de lançamento do tijolo fundamental das obras de reassentamento das famílias de Paracatu de Baixo, o presidente da Câmara de Mariana, vereador Ronaldo Bento (PSB), destacou a responsabilidade das empresas por esta tragédia e cobrou rapidez na construção das novas casas. “Que a partir desta fase haja uma celeridade nas construções das casas para que as famílias possam ter mais dignidade e retomar as suas vidas como era antes da tragédia do dia 5 de novembro de 2015”, disse Bento.
O presidente do Legislativo marianense ressaltou que o longo período de espera para o início das obras de construções das casas deixou as famílias ainda mais vulneráveis emocionalmente. “As famílias atingidas por este crime vivem ainda momentos de angústia e ainda sofrem preconceitos por parte de algumas pessoas que não conseguem conceber o que foi este crime contra essa gente”, lembrou o presidente.
O evento, que aconteceu na manhã de quarta-feira (15), contou com a presença de representantes das famílias de atingidos e também do prefeito em exercício de Mariana, Juliano Duarte, o presidente da Fundação Renova, André de Freitas, os vereadores Ediraldo Ramos (AVANTE) e José Antunes Vieira – Zezinho Salete (MDB) e colaboradores da empresa responsável pelas obras.
Para o prefeito em exercício, Juliano Duarte, é preciso ampliar o diálogo com a fundação. Segundo ele, o município e todos os atores envolvidos nessa ação de reassentamento precisam sentar à mesa e debater sobre qual será o futuro das comunidades atingidas, principalmente quanto ao tema sustentabilidade das famílias. “Como chefe do Executivo, eu digo que o município não pode ficar, no futuro, com o ônus que possa vir ocorrer. Peço empenho da Fundação Renova em relação aos ofícios que estão sendo enviados com dúvidas das comissões de Paracatu e Bento Rodrigues em relação à continuidade futura dessas obras”, pediu o prefeito.
Retornar para casa, mesmo que não seja como era antes, é o desejo das famílias de Paracatu de Baixo. Luzia Queiroz, que faz parte da comissão que representa os atingidos pela lama da Samarco, disse que a demora em iniciar as construções das casas levou muitas famílias a desistirem de morar na nova Paracatu. Ela destacou também que esses longos anos de espera não devem ser motivo de desânimo, mas um incentivo para que os atingidos possam estar ainda mais unidos. “Apesar de tudo que passamos e vivenciamos, a união da comunidade é importante para vencermos essa difícil caminhada, pois, apesar de tudo, aqui vai ser o melhor lugar para se viver”, disse Luzia.